Muitas pessoas chegam à terapia sentindo que não têm assunto. Essa sensação costuma vir acompanhada de certo constrangimento, como se a sessão só funcionasse quando existe um problema evidente para discutir.

Na prática clínica, porém, esses momentos revelam aspectos importantes da experiência emocional, da autocobrança e da forma como cada pessoa se relaciona consigo mesma.

A falta de assunto não é um obstáculo; é um ponto de partida legítimo. Este texto explora o que costuma ajudar nesses momentos, o que geralmente se conversa em terapia e o que as pessoas frequentemente se perguntam sobre esse espaço.

Quando não há assunto: o que levar para a sessão?

Chegar e dizer que não sabe o que trazer já é um conteúdo significativo. Em TCC e DBT, o ponto de partida é sempre o que aparece no momento presente. A ausência de assunto pode ser um sinal de que a semana foi mais estável, de que a pessoa está cansada, distraída, ansiosa ou até tentando identificar “o tema certo”, o que é muito comum. Falar sobre isso abre caminho para investigar como você se percebe e como lida com expectativas internas.

Outro caminho possível é comentar como você chegou emocionalmente à sessão. Não precisa ser algo elaborado. Um “estou esgotado e não sei explicar” ou “estou em paz e isso me surpreende” já oferece material rico para explorar padrões emocionais, gatilhos e formas de cuidado de si.

Momentos simples da vida cotidiana também são úteis. Pequenas situações do trabalho, da família ou do convívio social ajudam a compreender estratégias de enfrentamento, pensamentos automáticos e modos de resposta.

O que eu devo falar para o psicólogo?

Não existe um roteiro obrigatório. A terapia funciona melhor quando o conteúdo parte do que é verdadeiro para você naquele momento.

Em geral, conversam-se temas relacionados a emoções, conflitos internos, decisões difíceis, preocupações, inseguranças, relações pessoais, hábitos e situações cotidianas que despertam algum desconforto. Se algo chamou sua atenção ao longo da semana, mesmo que pareça banal, isso já é suficiente para iniciar a conversa.

Em abordagens como a TCC, é comum trabalhar com episódios concretos para identificar pensamentos e comportamentos que estejam alimentando sofrimento.

Na DBT, observar emoções, impulsos e necessidades costuma ajudar a fortalecer habilidades de regulação emocional. Mas nada disso exige um grande acontecimento; o cotidiano já oferece material suficiente.

O que não pode falar para um psicólogo?

Na prática clínica, não existe proibição de conteúdos. O espaço terapêutico é pensado para que você possa falar livremente sobre sua experiência, mesmo quando ela é confusa, dolorosa ou ambivalente. O cuidado principal é preservar sua segurança e evitar detalhamentos que possam colocá-lo em risco. Fora isso, todo tema é bem-vindo: medos, pensamentos difíceis, contradições e dúvidas sobre si mesmo.

O que costuma ser importante é a forma. A terapia não é um ambiente para atacar pessoas, reforçar violências ou buscar validação para comportamentos prejudiciais.

Mas, mesmo nesses casos, falar sobre a emoção por trás disso pode ser essencial. A regra geral é simples: você pode falar de tudo, desde que seja sobre sua experiência e sobre o que aquilo significa para você.

É normal não ter o que falar na terapia?

Sim. Isso acontece com frequência e não indica falta de progresso. Às vezes, a vida está mais estável; em outras, a mente está cansada demais para organizar um tema. Também é possível que a pessoa esteja temendo acessar algo delicado ou receosa de não corresponder às próprias expectativas sobre o que seria uma “boa sessão”. Tudo isso é parte do processo.

Quando o silêncio aparece, ele pode ajudar a identificar ritmos, limites e necessidades emocionais. Em muitos casos, conversas profundas começam justamente depois de admitir que não há assunto.

Qual é a primeira pergunta que um psicólogo faz?

Não existe uma pergunta padrão, porque isso varia conforme a formação do profissional e o estilo de trabalho. Em atendimentos iniciais, é comum que o psicólogo convide a pessoa a falar sobre o que a trouxe à terapia, como está se sentindo ou o que espera do processo.

Também podem surgir perguntas sobre rotina, contexto de vida ou experiências recentes. Essas perguntas não servem para julgar, mas para compreender o cenário e construir uma base de trabalho.

Quais são os três pilares da psicologia?

A literatura utiliza diferentes modelos, e não há um consenso único. Como você não enviou materiais fonte específicos, apresento uma hipótese comum em contextos acadêmicos: muitos autores descrevem a psicologia apoiada em três frentes principais, que são ciência, profissão e ensino/formação.

Outras propostas dividem em teoria, pesquisa e prática clínica. Cada modelo busca organizar o campo, e não estabelecer hierarquias. Para fins clínicos, o mais relevante é a integração entre conhecimento científico, ética profissional e aplicabilidade prática.

Como devo me dirigir ao psicólogo?

Não há formalidade necessária. O importante é que você se sinta à vontade para falar de forma natural. Algumas pessoas preferem tratar o psicólogo pelo nome; outras usam “doutora” ou “doutor”. Isso não interfere na qualidade da conversa.

O mais útil é expressar o que está sentindo, mesmo quando não sabe ao certo como organizar as ideias. A terapia não cobra desempenho; cobra autenticidade.

O que o psicólogo observa no paciente?

O psicólogo observa o que você diz, como diz e o que isso parece representar na sua vida. Observa padrões emocionais, formas de reagir ao desconforto, estilos de pensamento e o impacto que determinadas situações têm para você.

Não se trata de avaliar se algo é “certo” ou “errado”, mas de compreender como você funciona e como pode construir maneiras mais cuidadosas de lidar com o que sente. Isso é feito com respeito, gradualidade e sem interpretações precipitadas.

Pode falar tudo para um psicólogo?

Sim, desde que isso represente a sua experiência e esteja dentro de um ambiente seguro. O consultório é pensado para receber emoções, contradições, fantasias, medos e questões difíceis. Nada precisa ser perfeito ou organizado. A terapia é justamente o espaço para dar forma ao que está nebuloso.

O que importa é que você não precisa filtrar para parecer mais coerente do que se sente. A honestidade emocional costuma ser o ponto de partida mais transformador.

Psicóloga Yasmim Carvalho.

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