Existem feridas que não aparecem.
Mas moldam tudo: a forma como você ama, como se relaciona e até como se enxerga.
O medo de ser abandonado(a) é uma delas.
Ele não começa do nada.
Geralmente, nasce de experiências antigas, às vezes muito antigas, onde você sentiu que não era prioridade, que não era visto(a), ou que o amor podia ser retirado a qualquer momento.
E quando isso acontece cedo demais, o corpo aprende uma coisa:
“Se eu não vigiar, posso perder.”
Como esse medo aparece no dia a dia
Talvez você se reconheça em algumas dessas situações:
- sentir que precisa agradar o tempo todo para que não vão embora;
- ficar tenso(a) quando alguém demora a responder;
- sentir que “ama sempre mais do que recebe”;
- medo enorme de conflito, porque conflito, para você, significa risco;
- aceitar menos do que merece, só para não ficar sozinho(a).
Não é frescura.
Não é drama.
O corpo está tentando se proteger.
Pesquisas sobre apego mostram que quando alguém cresceu com amor instável ou previsibilidade emocional baixa, pode desenvolver um padrão de vigilância constante nos relacionamentos (Mikulincer & Shaver, 2016).
Ou seja: você aprendeu a amar com medo.
Mas viver com medo não é o mesmo que amar
Quando o medo guia, o amor vira sobrevivência.
Você se preocupa mais em não perder o outro do que em estar inteiro(a) na relação.
Você tenta prever tudo.
Controlar tudo.
Responder rápido, se explicar, se moldar, ceder, se calar, segurar.
Mas, no fim, sobra uma sensação conhecida:
“Eu sempre fico com medo de ser deixado(a).”
Essa sensação desgasta.
Cansa a mente.
Dói no corpo.
Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology mostrou que pessoas com medo constante de rejeição têm maior ativação fisiológica diante de qualquer sinal de separação, mesmo pequeno (Downey & Feldman, 1996).
É o corpo reagindo como se estivesse perdendo algo importante, mesmo quando não está.
Você não precisa continuar vivendo assim
Medo não desaparece com força de vontade.
Ele precisa ser reconhecido e reorganizado.
E é aqui que a terapia se torna um caminho possível.
Na terapia, você aprende a:
- identificar quando o medo está falando no seu lugar;
- diferenciar cuidado de vigilância;
- construir segurança emocional de dentro para fora;
- experimentar relações onde você não precisa se encolher para não perder.
A terapia não “corta” o medo.
Ela te devolve a possibilidade de amar sem se abandonar.
É possível amar sem se perder
Pode levar tempo.
Pode ser um processo de reaprender.
Mas é possível.
E você merece viver relações onde:
- você é visto(a);
- suas necessidades importam;
- você não precisa implorar por espaço;
- o amor não dói para existir.
Para continuar a leitura
Se esse texto fez sentido, pode ser importante ler também: Raiva Reprimida: Consequências e como lidar
Porque muitas vezes, onde existe medo de abandono, existe também emoção guardada demais.
Um convite final
Antes de dormir hoje, tente perguntar a si mesmo(a):
“Eu tenho me mantido ou tenho me encolhido para não perder alguém?”
Essa pergunta é o primeiro passo.
E você não precisa caminhar disso sozinho(a).

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